quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A linguagem numa perspectiva bakhtiniana

Mikhail Bakhtin nasceu na Rússia no ano de 1895, diplomou-se em história e filologia em 1918 e faleceu em Moscou em 1975, após uma longa doença (Bakhtin, 1992). Interessou-se em estudar a filosofia da linguagem, apropriando-se da literatura para pensar a vida humana, suas relações sociais e suas falas. Portanto, seus interesses na linguagem não se limitavam à palavra no sentido lexical, mas preocupava-se com a linguagem enquanto signo, em como a linguagem se apresentava nas interações verbais cotidianas.
Suas concepções teóricas baseadas numa abordagem histórico-cultural chegaram ao Brasil no início da segunda metade da década de 70, mas por questões políticas, não progrediram. Nesta época vivíamos num regime ditatorial e esta abordagem discutia as contradições de classe, o que não favorecia os interesses dominantes. Já na década de 80, com o fim da ditadura militar, novas tendências pedagógicas foram emergindo e neste momento a abordagem histórico-cultural ganha forças, surgindo grupos de estudos que se dedicavam ao tema (Freitas, 1994).
Para Bakhtin a palavra é fundamental nas relações sociais, mas por muito tempo foi tratada de forma abstrata. Os linguistas habitualmente estudavam a palavra dicionarizada, o seu sentido lexical, mas na concepção deste autor a palavra deve ser estudada em sua semântica dentro de um contexto sócio-histórico.

Este texto é parte de um trabalho de conclusão de curso sobre Bakhtin. Caso tenham interesse em aprofundar a leitura sugiro:
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo. Martins Fontes. 2003.

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6 ed. São Paulo. Hucitec. 1992.

Brait, B. (org). Bakhtin: Conceitos-chave. 4 ed. São Paulo. Contexto. 2010.

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